quarta-feira, 12 de março de 2008

Trabalho e Ócio - continuação

Foi em 1880 que Paul Lafague escreve o classico da literatura francesa insurgindo se contra as jornadas do trabalho de 12, 13 e muitas vezes de 17 horas. 126 anos depois o panorama do trabalho neste nosso mundo capitalista ainda é o mesmo.

O equilibrio entre todas as componetes do desenvolvimento humano é um tema antigo na história da humanidade.

Este sociologo acredita que um país muito industrializado é um país atrasado.

O equilibrio deve ser encontrado entre trabalho, lazer (prioridade para a arte) e o estudo ou pesquisa cientifica.

Domenico de Massi, professor de sociologia do trabalho da Universidade La Sapienta em Roma, e consultor de grandes corporações como a IBM ou a FIAT, afirma que, o sistema do ensino universitário e a lógica do emprego, estão completamente desactualizados.

Não se ensina as pessoas a escolher o melhor "ócio". Esta gestão do ócio é entendida como a gestão do tempo livre e investimento no estudo, como a única saída para manter vivo o sistema.

Vivemos na sociedade pós-industriial, na chamada sociedade da informação e do conhecimento e a unica forma de competir é pela inovação e criatividade. e estas só podem nascer pela pratica do ócio.

O maior inimigo da criatividade é o burocrata.

O sociologo diz ainda que o executivo pode terminar o seu trabalho diário em 5 horas mas que "o executivo representa uma comédia, inventa horas extraordinárias para não ser capturado pela familia e pela mulher e propôe um sem número de reuniões sem finalidade e de regulamentos "para os outros". É preciso começar a sanear o regulamento interno das empresas, um a um, todos os preceitos sem razão de ser."

Se eu lhes disser que os cientistas de Cambridge, descobriram o ADN através de um jogo, parece mesmo brincadeira, não parece?? mas foi a verdade verdadinha!!!

Um grupo de pessoas de Biologia da Universidade produziram à priori diversos desenhos da possivel estrutura do ADN, sem terem ainda uma base experimental. Quando iam testar aqueles desenhos surgiu a questão: qual deles?

A resposta foi: o mais belo

Testaram o desenho mais bonito e acertaram. O esquema do ADN era mesmo aquele.

Esta referência que aqui conto é tão importante como o espírito lúdico, do prazer de jogar, sem o qual não se constrói a ciência.

Ao contrario do jogo que todos jogamos, o tempo útil não é aquele em que fazemos mais coisas ou em que comparecemos ao trabalho em grande azáfama, mas muitas vezes aquele em que paramos para pensar.

Defende que podemos ser mais felizes e mais produtivos se dermos mas tempo ao lazer, que podemos conseuir melhores resultados se tarbalharmos menos horas e, faz a apologia do tele-trabalho, que reduz custos, deslocações e stress desnecessários...

Os ganhos consistem no facto de se conseguir produzir mais bens e serviços com menor esforço fisico e menos stress intelectual.
Já me dizia a primeira professora de Filosofia no 10º ano, que as máquinas poderiam escravizar-nos, serem elas a "mandar" em nós...e eu fiquei a pensar no sentido que aquilo teria, inquieta (como sempre lol)
A utopia era que a evolução tecnologica far-nos-ia ganhar tempo para o lazer...
porém o efeito acaba por ser o inverso.

Em vez de tirarmos proveito das máquinas, mimetizamos -lhe o ritmo e funcionamento.
Não reflectimos - reagimos!

Trabalhamos sob pressão, movendo-nos de um lado para o outro numa enorme tensão nervosa pelo tempo desperdiçado, comemos em pé a lembrar linhas de montagem mastigáveis.

Toda a gente tem de tirar prazer do trabalho, prazer do amor, da familia, prazer dos filhos, prazer com as actividades que fazem bem ao corpo e à mente. É preciso tempo para a ginástica, para passear ao ar livre, para receber amigos, para ver espectáculos imperdíveis, para se actualizar...

Termino dizendo que é fundamental sermos nós a dominar o nosso tempo.

1 comentário:

Jorge Marques disse...

Parabéns pelo tema, pela pesquisa e pela forma como abordaste.
Fantástico!

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